Há poucas décadas um dos maiores medos dos pais era ter uma criança em casa que ficasse excessivamente no videogame ou no computador. Vivíamos uma certa transição onde ainda tinha muita brincadeira “de verdade” e as tecnologias repletas de novidades fascinavam. Hoje, tablets e celulares são entregues as crianças pelos próprios pais – e apesar das regras rígidas da minha casa, estou incluída neles. Mas no texto de hoje minha abordagem é outra. Os adultos!
Já reparam como está difícil uma conversa entre adultos sem nenhum participante com os olhos vidrados na tela? Nos regularam tanto com argumentos verdadeiros e hoje são incapazes de manter o autocontrole.
Longe de mim sair julgando de forma inconsequente. Sei o potencial viciante que celulares e principalmente que as mídias sociais têm. Você entra naquele mundo e por um tempo parece que nada acontece ao redor. Mas o exercício da autoanálise é muito importante. Quanto tempo da vida real desperdiçamos em timelines que pouco acrescentam? Estamos trocando momentos incríveis, por coisas que podem esperar.
O que me motivou a abordar esse tema foi uma matéria jornalística que falava sobre as crianças que estão crescendo sem a atenção que merecem. Fui pensar sobre e não é que corriqueiramente vemos um pequeno pedindo para alguém olhar para ele? Sim, eu sei que as vezes é necessário. Principalmente quando o cuidador precisa trabalhar/empreender via smartphone. Aí cresce a dificuldade de separar o tempo no “escritório”. Mas se organizarmos direitinho dá pra fazer tudo da forma correta.
No fundo, arrumamos desculpas e motivos para estar online enquanto negamos o nível do vício. É algo difícil de admitir, mas pegamos o celular sem pensar. Abrimos aplicativos sem uma finalidade real. Temos uma lista infinita de coisas que queríamos fazer se houvesse tempo. E na verdade, há mal administração do tempo.
Então, fica a dica: priorize as prioridades!
Coloca esse celular no silencioso e aumenta o volume das crianças.
Coloca ele no bolso e põe sua lista na mão.
A saúde mental agradece.
O futuro da humanidade também.
Texto: Priscila Ruzzante