De todas as profissões, equilibrista é a que mais se assemelha. Entre seus pratos, preciosidades: filhos, marido, pais, irmãos, avós. Estes dificilmente bambeiam.
Os que quase sempre quebram, são: saúde, tempo para si, cuidados íntimos.
Por vezes, a necessidade de equilibrar trabalho e estudo estremecem aqueles que esforçadamente seguram vida social e amigos.
Destes, permanecem apenas os que se agarram na borda, compreendendo a força do furacão vivente.
E a casa? Perfumada, aberta para receber gente e alegria. Esta só funciona com mais de um pilar. No fundo, todos olham e se questionam: como ela consegue se equilibrar?
Dizem que para o equilíbrio é necessário manter a mente sã. Como manter a sanidade se empoeirados nos pratos se escondem sonhos, saudades, dores, desejos.
O equilíbrio da equilibrista é irreal.
E ela só não desmorona porque foi abençoada
simultaneamente
com raízes
e asas.
Texto: Priscila Buzzante