Quando eu era criança só conhecia o maternar da minha mãe. À medida que ia crescendo, acumulava experiências com outras formas de educar e fui descobrindo que minha mãe tinha um quê diferente e especial. Eu não sabia na época e acredito que ela mesma nunca tenha ouvido falar desse termo, mas o que minha mãe exercia é hoje chamado de disciplina positiva e educação com afeto.

Educar é difícil demais. Ficar sem dormir, sem comer, ficar doente e cuidar de cria doente não é fácil. E esses são só alguns dos desafios da rotina. É duro trabalhar 24/7 sem nunca saber quais serão suas pausas e quando. Mas a parte física um dia a gente recupera. Mas educar… é um instante que dura uma vida inteira. É formar um cidadão pro planeta. É o legado mais importante que deixaremos no mundo. 

Na minha visão – e há quem concorde comigo – existem duas formas de “obediência”:

Uma delas vem com o medo. É uma educação baseada em trocas, barganhas, negociações. Se comportar é um dever para que não haja consequências. A punição para o erro é o castigo, onde geralmente em silêncio ou após perder algo material (sem tablet por uma semana, por exemplo) a criança deverá refletir sobre o que fez. Muitas vezes, a criança apanha para “ajudar” a entender seu erro. É o que dizem. 

Há algo errado com essa linha de raciocínio. E com isso não quero dizer que nunca negociei, barganhei ou mesmo coloquei em um castigo meio sem pé nem cabeça. Existe uma fase que a criança quer testar os limites e se você não tiver um oceano de paciência, o cansaço pode te levar ao autoritarismo indiscutível. “Por que sim” “Por que eu estou mandando” “Por que eu sou sua mãe” e até mesmo à violência. No fundo, ela apanha para descontar a raiva, frustração e a ausência de autocontrole do adulto. 

Tem quem diga que apanhou e não carrega mágoas. Mas verdadeiramente, não conheço ninguém que foi criado com violência que não tenha isso refletido na sua forma de ser e encarar a vida.

Na tentativa de não machucar os filhos, muitas pessoas criam verdadeiros imperadores intocáveis. Esses, não saberão lidar com frustrações, esperas, negações e dificuldades. A criação de um mundo de mentira torna o mundo real muito mais difícil de ser aceito. Nesse caso não há obediência.

Mas e educar com amor? A obediência pelo respeito é um caminho árduo que quando floresce, nos encanta. É duro porque não tem trégua. É preciso estar sempre na posição de exemplo. Na verdade, quando nos tornamos pais, já ficamos nessa posição. Mas às vezes esquecemos que a forma como eles nos veem agir é que ensinará e estimulará a forma deles agirem. 

Não se esqueçam.

Se aperfeiçoar para ensinar o certo é a luta diária, mas vale a pena. Estar disponível para o diálogo – sempre – é a ferramenta ideal para construir relações saudáveis. A comunicação positiva evita diversos tipos de problemas. 

Educar com afeto é ver a criança como um pequeno aprendiz diante de um mundo de infinitas possibilidades. Se nós também erramos, por que ulpa-los excessivamente por seus erros? Se dizemos que violência e agressão são coisas ruins, para que usar essas artimanhas?

Evidenciar o erro de forma clara e lúcida em um tom normal e olhos nos olhos é capaz de revolucionar uma aprendizagem.

Aplaudir as vitórias, estimular o crescimento, acreditar nos sonhos e fazê-los acreditar quando se esquecem, é força motriz para um desenvolvimento saudável.

Priorizar prioridades é fundamental.

Valores na base também.

Carinho nunca é demais. 

Ouvir também não.

É como recomendou a cientista que virou mãe: Eduquemos com amor nesses tempos de ódio!

É o que podemos fazer de melhor por esse planeta.

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