A alma às vezes precisa de um tempo. Tempo de recolhimento, de reflexão. Tempo de jogar fora tudo que se acumulou e que de tão grande impedia um bom funcionamento das roldanas.
Deve ser por isso que a natureza criou o inverno. Quando lá fora a temperatura é desagradável e o céu cinza, olhamos tanto para dentro de nós que transformar-se para uma nova primavera vira missão de sobrevivência.
Nós não hibernamos porque não bastaria “desligar” o corpo e deixar a mente barulhenta. Precisamos sentir na pele as mudanças de fora para inspirarmos as mudanças de dentro.
O inverno é duro. Mas é também um encontro de nós com nós mesmos.
Limpeza de roldana feita. Podemos voltar à ativa.
A cada 24 horas, anoitece um pouco mais tarde. À cada momento, a roldana agora livre distribuí energia e alimenta corpo, mente e sonhos.
Rumo ao florescer da primavera.
Lá fora e aqui dentro.
Texto: Priscila Ruzzante